terça-feira, 14 de setembro de 2010

Adaptação à creche - Crianças e pais

Ilustrações de Carla Antunes
Uma das principais preocupações dos Pais em relação à iniciação da Creche dos seus filhos é a Adaptação. Quando os pais colocam o seu filho numa creche são portadores de vários receios e de imensas dúvidas:
- Será que o meu filho vai ficar bem?
- Será que lhe vão dar a devida atenção?
- Será que o vão mimar?
- Será…? Será… ?

Existem demasiadas dúvidas que perturbam muito os pais, principalmente nos primeiros dias de creche. Todas estas dúvidas e inquietações, que tanto atormenta os pais, são compreensíveis e legítimas, pois vão deixar os seus pequenos “tesouros” com pessoas que lhes são estranhas; no entanto sem se aperceberem os pais são os principais transmissores de ansiedade e angústia para as criancinhas.

É geralmente conhecido que os bebés se adaptam com mais facilidade a tudo o que é novo, como novas situações e ambientes, e quanto mais cedo a criança entrar para a creche, mais fácil será a sua Adaptação, apesar de ser uma fase mais complicada para os pais, porque os seus pequenotes são demasiado indefesos.

Nesta fase inicial da vida de uma criança, principalmente quando vai para a creche, há sempre um adulto na sala com quem a criança irá criar laços afectivos mais fortes e intensos, a esta situação, chama-se Vinculação. Esta Vinculação vai dar/trazer à criança uma maior segurança, que vai fazer com que esta se sinta protegida e consiga então, transmitir aos pais que está bem, serena e tranquila sempre que vai para a creche.

Por norma, numa fase inicial, aconselha-se aos pais que nos primeiros dias a criança fique poucas horas na creche, isto acontece porque a ansiedade dos pais é grande e reflecte-se nas crianças.
Uma Adaptação feita nestes moldes ajuda a criança e os pais a se adaptarem de uma forma lenta e gradual, diminuído assim a ansiedade de ambos.

Terminada a primeira semana de Adaptação, é também importante referir que se a criança tiver algum objecto que a acompanha sempre (boneco, fralda de pano, etc.) é importante que esse objecto venha sempre com a criança, pois é chamado de Objecto de Transição. Estes objectos designados por Winnicott, por objectos transaccionais, são usados pela criança como um suporte na conquista da autonomia, uma vez que são uma espécie de substituto materno e permitem à criança organizar-se na ausência das figuras de referência. As crianças ao se sentirem sozinhas na cama, por exemplo, na creche ou jardim de infância, usam esses objectos para se sentirem mais confiantes.
 
Neste período de ansiedade de separação e angústia a criança pode mostrar relutância em deixar a mãe, rabugenta e difícil de consolar, contudo este comportamento da criança acabara por desaparecer. Este período da Adaptação não tem tempo certo de duração, vai depender de cada criança e de cada caso.


http://www.guiadafamilia.com/guiadospequenos/tema.php?id=10058



1 comentário:

  1. E eu que o diga...
    No caso da Rebeca houve um retrocesso. As férias deram-lhe maior liberdade com horários, maior convivência com os primos, um relaxamento das obrigações diárias, maior atenção familiar... Custa muito perder isso tudo!
    Mas, tenho consciência que a escolinha será boa para ela, não só pelo facto de eu poder ir trabalhar tranquilamente mas, principalmente, porque a escola estimulará o desenvolvimento dela em muitos aspectos: afectivos, sociais, físicos e cognitivos.
    O choro na hora da separação é comum e frequente, no entanto, nem sempre significa que a criança não queira ficar na escola, até porque o que eu noto na Rebeca é que ela quer ficar sem largar a minha mão.
    Sei que, na maioria dos casos, por mais traumático que seja o momento da separação, assim que os pais vão embora, as crianças deixam de sofrer, ficam tranquilas e confiantes nesse ambiente que lhes oferece tantas novidades a serem exploradas!
    Beijinhos

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