Decorria o mês de Novembro, chovia torrencialmente. O Outono estava carrancudo. Um cavaleiro seguia apressado pela estrada. Estava muito frio.
- Estou desejoso de chegar a casa e aquecer-me à lareira.
De repente, um velhinho que tiritava de frio à beira da estrada interrompeu os seus pensamentos:
- Bom jovem... Ajude-me que eu morro de frio.
- Pobre homem esfarrapado, quase nu!
Martinho, o Cavaleiro não hesitou: parou o cavalo, e em seguida, com a espada cortou ao meio a sua capa militar.
- Amigo, aqui tens metade do meu manto para te abrigares deste frio. Para mim chega o resto.
Apesar de chover torrencialmente preparava-se para continuar o seu caminho, cheio de felicidade, quando ficou surpreendido:
A tempestade desfez-se! O Sol inundou a Terra de luz e calor!!
Diz-se que Deus, para que não se apagasse da memória dos Homens o acto de bondade praticado pelo jovem Martinho, que mais tarde viria a ser Bispo, e após a sua morte, Santo, todos os anos nessa mesma época, cessa por alguns dias, o tempo fio e o Céu e a Terra sorria com a benção dum Sol quente e miraculoso: o chamado - Verão de São Martinho.